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terça-feira, 3 de novembro de 2015

POESIA QUE SE COME CRUA

Eu sou poesia que se come crua!
Ora se ao passo que caminho no mundo
Me pedem cuidado
Enfeites
Mentiras

Se afastem:
que de mim nada escorre além da acidez da verdade

Se me corrigem o passo torto
e julgam errado meu caminho
Pedem menos cor
Tiram minha dor
Gritam para meu encolhimento

Fiquem logo sabendo: a minha poesia se come crua

Eu sou os versos que ganham vida nas mãos cansadas
A verdade que exala dos poros
Sou o que a gente diz quando falta palavra e só sobra o (arrrrrrrrr)

A minha poesia
não tem tempero
não é forjada no fogo
não se adapta
não foge à si

Minha verdade é para se comer crua!
Não me digam mentiras
Não esperem a obediência

Minha poesia, que nasce do céu e brota desse chão
É feita pra se comer crua - e que não venham os homens tirar minha cor
minha dor

Porque eu fui feita assim: crua, nua.

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