Eu sou poesia que se come crua!
Ora se ao passo que caminho no mundo
Me pedem cuidado
Enfeites
Mentiras
Se afastem:
que de mim nada escorre além da acidez da verdade
Se me corrigem o passo torto
e julgam errado meu caminho
Pedem menos cor
Tiram minha dor
Gritam para meu encolhimento
Fiquem logo sabendo: a minha poesia se come crua
Eu sou os versos que ganham vida nas mãos cansadas
A verdade que exala dos poros
Sou o que a gente diz quando falta palavra e só sobra o (arrrrrrrrr)
A minha poesia
não tem tempero
não é forjada no fogo
não se adapta
não foge à si
Minha verdade é para se comer crua!
Não me digam mentiras
Não esperem a obediência
Minha poesia, que nasce do céu e brota desse chão
É feita pra se comer crua - e que não venham os homens tirar minha cor
minha dor
Porque eu fui feita assim: crua, nua.
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