Olá

Bem vindo a partes de mim



quarta-feira, 11 de setembro de 2019

são as doze badaladas do fim do futuro
o barulho seco de freio e o pneu cantando na estrada
anunciam a nova rota.
eu sinto o hálito cortante da noite, frio e veloz
penso no teu corpo quente contrastando minha presença
entre o que foi e o atual

são verdes e negros, embaçados como minha vista
as cores do presente confundem-se com o passado
mas o ritmo da vida marca o surdo de forma diferente
pra eu entender que tudo muda - ainda que regido pelo silêncio.

o tempo corrói comendo feito a maresia tua pele de metal
eu descanso na brisa e danço pelo espaço
no reino das águas sou sublime,
meu corpo é o encontro exato entre o céu e o mar
encontro meu sol e nele posso mergulhar

tempo rei tempo rei
arrasta a sabedoria do tempo de lá
estende a sede de vida do lado de cá
desenha um mundo em que a gente se encontre nesse meio de caminho
a terra é batida não floresce faz tempo
o sertão já sente cheiro de chuva mas falta regar
eu quero ver a deusa se derramando do céu
eu quero ver o açude cheio interrompendo a estrada
eu quero ver o rio correndo livre - lado a lado com meu espírito.


23/07