Olá

Bem vindo a partes de mim



sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Olhos certos

Te vejo por ai a pisar torto, cambalear pelos lados, me buscar para então logo depois abandonar e seguir aos tropeços. Derrubando, ou pouco se importando com os que vêm ao teu lado, na tua frente ou até nas tuas costas.
És altamente corrosivo. Inconsequente e ofensivo. Tendes ao martírio e ao sacrifício de tudo aquilo que pode te prender, ou te fazer amar. Ou talvez seja apenas comigo. Mas a verdade é que esta tua sede de vitória, teu medo de perder e de amar me deixa irada. Tu me deixas louca. Mas talvez seja por efeito desta mesma loucura que não consigo evitar-te, ou vencer-te.
Deixo-me perder, rendo-me às tuas mentiras e piadas. Me arrancas sorrisos com a mesma facilidade com que arranca as palavras de ódio. Fez-me de brisa e poesia. Fez-me céu conturbado e tempestade de verão. 
Vivemos em sintonias incoerentes, que quando aproximam-se logo repelem-se, agridem-se, mas logo depois se reaproximam, e chegam a acreditar que desta vez possam se tocar, mas é apenas uma ilusão.
No entanto, sem nexo ou propósito, eis que algo surge em mim. Uma esperança talvez, ou algo mais forte e decisivo, ao qual tento reprimir, mas que, embora meus esforços, insiste em existir e, pior, alojar-se em meu seio, longa e profundamente.
E assim, talvez mantendo esperanças remotas e errôneas, espero pelo dia em que ei de te encontrar caminhando por ai, e então perceber, que agora estás pronto para mim. 

O fim

Hoje me veio uma notícia que já esperava há um tempo. Notícia triste por ser o ponto final de uma história toda. Mas me tranquilizou saber que essa história pode ser escrita completamente e correu até suas últimas palavras. Me tranquiliza saber que enfim seu sofrimento acabou.
A primeira lá grima escorre agora, depois de algumas horas. Não choro de dor, não. Choro simplesmente porque hoje é dia de morte e ela é triste. De fato, é apenas uma fase da vida. Mas ainda assim o par de olhos que se fechou hoje viu o mundo como ninguém mais e findou-se um mundo inteiro. Por isso me traz lágrimas. O fim é forte demais para que não traga impactos sobre as pessoas.
Me lembro que da última vez que te vi te abracei você não me soltou, ao contrário, abraçou-me uma vez mais. Foi nossa despedida. Vou sentir falta daquele abraço. Mas espero que esteja melhor agora, ao lado do Senhor. E fique em paz, porque nós aqui estamos.
O amor reconforta. E ele irá cuidar de apaziguar as dores, limpas os cacos e deixam apenas o que nos faz bem. As lembranças de conforto e sua história para contar. Bela história, aliás.
Não há mais palavras para derramar por aqui, seria forçar a expressão de sentimentos que com toda a certeza não cabem aqui. Por fim, gostaria de dizer que muito te amo e que espero que Deus cuide de ti.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Retrato de um dia feliz

Felicidade é muito simples. É se sentir em casa, seja com o cheira de roupa lavada ou um abraço forte. É a presença de velhos amigos em velhos ambientes.
Ser feliz é ser completo, é sorrir naturalmente, numa plenitude sem fim.
Hoje, eu fui feliz. Amanhã, eu escolherei ser. E se no ontem não o fui, a partir de agora serei!
Me senti em casa como há tempos não sentia. Renovei as ideias e, por um momento, voltei a ser como antes.