Olá

Bem vindo a partes de mim



quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

meu amor nunca é pouco
é correnteza afrontosa, inestancável
vige pelas matas
abrindo caminho no ser tão

na sua força encaro o terror
diante do que não pode ser controlado
constrangendo-me com um arrepio
quase de prazer, também
por tudo aquilo que sabe ser maior
sendo exatamente o que se é

amando sempre e mais
mergulhando até os ombros
quem só queria molhar os pés

meu amor corrompe.
rasga o véu do que é belo
é estrondoso, é bizarro
meu amor é atrevido,
é inconsequente.

E por ser assim mesmo,
tão maior que eu, que minhas decisões
que meus medos
é ao meu poder de amar que rogo

imploro que seja sempre ousado
em oração, chego a pedir que me domine
o ato de amar, espero eu
me engula, me destrua, me integre a si
que muito maior que um ser,
eu seja o próprio pulsar

o rio atravessando a mata
o sentimento atravessando o peito

que eu seja como água:
sutilmente bicho feroz




terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

sem rima
sem verso
sem significado
o silencio silencio silêncio
do tempo

que corre
o ponteiro sou eu
o tempo permanece
congela meu coração
eu caminho tempo tempo
tempos
e os passos na mesma direção

só há a ida
mas eu continuo no mesmo lugar
desafiando o espaço
o costume
ritmo do corpo
eu fico

e vou deixando irem
as palavras
as intenções
os medos
eu esvazio
o peito
o ar
a mente

não há nada
sem cura
sem jeito
não há nada
aqui
ou ali