Olá

Bem vindo a partes de mim



domingo, 22 de março de 2015

Tua filosofia é de concreto
Assenta o piso e sobe parede firme

A minha é de água, flui com o vento
e se espalha por todos os cantos

Não se levanta nem afronta ninguém
mas toca tudo e está em todos

Você constrói um mundo real
Mas eu não,
Eu não sei fazer em preto e branco
E quando mais pareço forte
é que sou mais fraca

Porque eu possuo as cores
eu tenho sabores
e tirá-los de mim é como arrancar minha própria carne

Eu não sei fazer como tu quer
Eu não sou o que tu quer

E a impermanência traga pra dentro de si
o cigarro da nossa história

solta a fumaça

já não é nada

são as cinzas que ela deixar cair ao chão

quarta-feira, 4 de março de 2015

Tardei. E continuo retardando meu caminhar. Sabotei minha pressa e meu andar ligeiro, que era para não ter o perigo de rápido demais sem aproveitar a vista; que era para não ir sem digerir bem os fatos.
Vou devagarinho pra não faltar amor, nem fé. E mesmo assim, às vezes falta. Onde é meu lugar? Que caminho é esse que trilho agora?
Desci pelo rio e recolhi meu coração que havia ficado por ali em uma de suas curvas. Desviei dos buracos, subi com calma e medo de cair, mas ainda assim não foi suficiente.
Quem somos nós? Estamos fazendo o que de nossas vidas?

Eu devia ser mais forte, ter mais fé, não ter medo. Devia ter mais coragem, ir além, desejar com força.
Mas no final das contas, quem sou aqui? E aliás, quem eu deixo se fincar na minha vida?
Quem são essas pessoas?

Sem piedade de mim, sem me elevar além do que sou. Na medida correta; na esperança de que o que é meu me encontra, e que aquilo que não é eu terei a sabedoria para deixar ir.

Tenho medo, tenho dor - e mesmo assim não me permiti chorar. Me escute doutor, eu sofro de continência de tristezas! E como eu supero verdadeiramente aquilo que não me permiti sofrer, sentir ao máximo?

E como eu faço com o desejo que eu matei, com a fome que comi, com a sede que ignorei? Com o amor que esqueci, com o que não me permiti?

Não se vive a vida em dois dias - mas os dois dias já compõe sua vida.

Enxergue os fatos, vá devagar. Sinta. Se permita sofrer, e ser feliz, e ser mais. Se permita ficar à flor da pele. Mas não deixe seu corpo aberto, não seja cemitério para quem quer apenas descansar os ossos - ame quem tu és.

(E se e permita ser amada)

Aprenda que cada um possui um ritmo, uma luz, uma singularidade. E ame-as.

Sem mais, sigo meu caminho de peito aberto para conhecer o novo, e estômago pronto para digerir o vivido. Vou devagar, tardo em meus passos, mas vou em meu ritmo, vou com coragem: de ser quem sou, de mostrar quem sou.

"Seu moço! Troco 3 quilos de pressa de viver por 1 de esperança e 1 paciência!"