Olá

Bem vindo a partes de mim



quinta-feira, 11 de novembro de 2021

 era eu que estava lá o tempo todo. Era eu a assombração que se escondia no escuro, por trás daquela porta, no vazio imenso que cabe do lado de fora.

Foi apenas uma decisão, apenas um sim. Foi nesse único momento belo e sublime, não mais que dois segundos; foi ele que abriu a porteira de tudo haveria de vir. 

Dizer sim para mim mesma foi mais poderoso do que atravessar o fogo. Foi mais potente do que todas as outras vezes em que meus soldados foram chamados para defender a fortaleza que eu construí. Dizer sim para mim foi gritar a todos os ventos e tempestades, aceitar a água da chuva que cai por cima do meu corpo e abençoa tudo que há de se criar nesse solo. Foi viver e aceitar ser vivida, me acolher e aceitar ser acolhida, me enxergar e ser vista. 

Sou eu que moro aqui, sou eu que encho de poesia esta casa. A luz foi invadindo o ambiente conforme a fresta ia se alargando, a poeira reluzia feito brilho no céu, era o cheiro de recomeço se borbulhando pelo ar. Sou eu que habito em mim, com minha força e minha potência, meu amor e minhas flores, minha doçura e firmeza. Sou eu e meus monstros, sou eu e minhas dádivas. E tudo que há é cheio de mim, do meu jeito, do meu gosto, com o meu olhar.

Como é bom estar de volta em casa. 


Final de 2021.