Olá

Bem vindo a partes de mim



domingo, 22 de maio de 2016

cada segundo badalava o peso de uma tonelada
meu coração, já meio que acostumado com as dores
parecia se rasgar duas vezes
nos mesmos lugares

é noite e eu ainda choro
implorando ao dia que raie,
que me limpe
que afaste o choro

nada mais tem sentido
no caminho que enxergo à minha frente só vejo marca de tiros de canhão
ferimentos tão profundos que a terra há de esperar anos para poder sarar
de todas as frontes, ataques
e seu coração que ainda se nega a se acostumar com esse mundo
à todas as frontes, só oferece flores.


segunda-feira, 9 de maio de 2016

fiquei as avessas
todo mundo estranhou

mas o que ninguem reparou
que nenhum olho viu
é que as avessas
é só outro nome
pra dizer
que a carne da gente ta pra fora do corpo
que agora somos gente
gente que sente

Doeu o primeiro tiro.
Não mais que o segundo, pois este veio para terminar de arregaçar as fronteiras de quem ainda relutava.
Das quedas que sofri, o que mais doía era a aspereza do chão. Era olhar meu corpo sangrando todas as vezes que me levantava. Um dia tive que ir, até por compaixão ao coitado do meu corpo que já não sabia mais por onde se doer.
Mas o complicado da cicatriz é que ela deixa marca.
Sabe como é né? Ela vai fundo. Você sabe, tanto quanto eu. O foda da cicatriz é que ela é parte da gente.