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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Conversando e dando nós

O tempo tem passado mais rápido do que de costume. Mas talvez costume mesmo seja deixar o tempo passar sozinho, sem a companhia da minha consciência. Paro em alguns fatos, revivo-os ou evito-os, planejo o futuro como quem borda um vestido, sonho, reconto a história e posso até alterá-la. Então, no fim das contas, meu tempo nunca é o tempo certo.
Mas o tempo nada mais é que uma invenção humana. Dias, meses, horas, minutos... Nada disso existe de fato, é apenas mais uma parede de pano que colocamos no mundo, tentando preencher o vazio que o mundo se torna com essa mania de complicar tudo.
Porque tudo ou  nada, é muito simples. Sem um ou sendo o outro, a verdade absoluta é que não existem verdades absolutas salvo a verdade de Deus. Pois tirando-O que é soberano, tudo tem vários lados. Pode parecer confuso o que vou dizer agora, já que pode contradizer o que disse há pouco. Pois quanto o mundo todo é simples, nada é plano como um quadrado, seríamos mais como octógonos.Vários lados, versáteis, mutáveis. Mesmo que pareça, não se trata de contradição. Nada de antítese, o caso é de um paradoxo. Contrários se fundindo em um enunciado, e aqui o enunciado é o tudo do universo todo. É tão simples que é complexo.
Pois que mistério gigantesco se desenrola bem debaixo dos nossos narizes! O mundo e o simples fato de viver já é inebriante demais, não conseguem perceber? Então para quê perder tempo com coelhos e cartolas, mulheres partidas ao meio que se junta novamente, tarô ou signos, se a grande cartola já é o mundo em que vivemos, o sono que nos envolve e, por vezes, nos ganha. O coelho somos nós, esperando para despertar, pular para fora da cartola. E mulheres, bem, todos sabemos que mulheres não só se repartem em uma como em duas, três, quatro, mil... e depois unifica-se novamente. Aliás, não só mulheres, todos nós temos em nós uma população de nós todos. E que nó que dá pensar em tantos nós dando o nó dentro de nós que somos demasiado nós para que nós possamos compreender!
Falando em compreender, quem, além de Deus, que criou tudo, será capaz de compreender o mundo ou a si mesmo? Pois tendo compreendido a si mesmo, qual seria a graça de ser? O toque de mistério que ronda a vida é o que dá-lhe a graça. Pois o saber completo é o que buscamos, mas bem certo sabemos que na verdade, não podemos tê-lo e, mesmo podendo, não o iríamos querer. Bom mesmo é guardar uma pontinha de não saber, de dúvida, só pra poder evoluir, só pra poder deliciar-se. E quem nunca guardou a pontinha do doce pra depois só pela satisfação de tê-lo por mais tempo? Não sei os seus nós, mas as minhas dizem por aqui que sim!
O meu simples mundo de complexidades funde-se num outro mundo bem maior, que sabe-se lá, pode ser apenas a fagulha, ou sombra de outro. Quem sabe, nada passamos de um show de marionetes, ou ainda, meros prisioneiros de uma caverna, admirando sombras, crendo ter o mundo todo.

2 comentários:

  1. andei lendo A Caverna, de José Saramago, é incrível! Mas, na verdade, o texto também tem um pouco de Jostein Gaarder e etc (:

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