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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Bonecos

Ah, a ilusão da vida. Esta longa e tortuosa estrada tem por mania nos confundir, projetar miragens e visões. Nos engana com sua magia de cigana, enfeitiça cada brecha de nós que esquecemos de tapar. Nos invade e aniquila lentamente, interiormente, como o líquido retirado da cicuta.
Ilude tanto que nos faz pensar ser mais do que somos. Um super ego que de nada nos serve, ou soma, ou multiplica. 
Chegamos a pensar, por vezes, sermos melhores, ou maiores que outros. Pois quando na verdade não se sabe, não se deixa saber que somos todos iguais. Bonecos de barro. Modelados pelo mesmo oleiro, que teve cuidado igual, ao esculpir os braços, as pernas, desenhar sorrisos e pupilas. Arrumar os cabelos, pintar as roupas e atribuir a cada qual sua qualidade. Diferente, porém iguais. Como? Apenas sendo. Sendo mais um dos paradoxos universais.
Cada boneco foi moldado com especial atenção. Mas bonecos são inocentes. Inocentes à ponto de se deixarem levar pelas ilusões, truques, joguetes que se encontram pela vida.
Pois nenhum é melhor que o outro. Cada boneco é particular, singular, mas se funde em um contexto. Quem sabe, em uma peça teatral. Bonecos são todos dos mesmo moldes. Há quem diga, 'barro mais claro faz boneco melhor', ou, 'boneco com mais adereço, mais luxo, são os que prestam'. Mas quem irá acordar?
A luz matinal deve despertar, abrir os olhos que cegam a primeira luz mas se permite enxergar por completo da segunda. Portanto, que escancarem-se as janelas da alma, deixem a luz passar. Remendem as fenda nas paredes para que a magia maléfica não te envolva e voltes a dormir. 
Porque bonecos, estes são todos nivelados. O Oleiro é cuidadoso e não deixa que nenhuma das obras seja inferior à outra.
Desperta é vê, que cada boneco tem sua singularidade. Todo boneco tem sua função.
Desperta e vê que tolice é crer que alguém é melhor que alguém.

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