dos meu olhos não caem lágrimas
derramam-se cachoeiras
o meu tempo é o inverso do inverso
eu sou a terra que desenha trajetórias
à beira mar
o vento me conta histórias ao pé d'ouvido
as estrelas morrem e renascem
somente pra ouvir minha risada
de como o universo é efêmero
e, ainda assim, resiste milênios
na fotografia do céu
meu corpo dança com as cores
eu sinto que posso ser mais, muito mais
eu sinto que a vida se abre à minha frente
nos rios, nos mares
na selva
eu vejo o animal feroz que me rasga o peito
eu vejo que viver é bonito
eu vejo que ir além
é o único caminho possível
que a correnteza nos leve
eu sou água
não me aprisione
eu inundo teu concreto
eu rompo as barreiras
eu sou
sutilmente
bicho feroz
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