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domingo, 11 de janeiro de 2015

Casa

Isso também vai passar.
Hoje, amanhã ou depois, tua falta virá me arrebatar como as ondas quebram na praia. Me virá no banho, no sono, na cozinha, enquanto cochilo, quando rio. Sempre que choro.
Teu abraço nunca mais vem me desembaraçar. Nem teu beijo me resgatar do fundo do mar. Nunca mais eu sinto o cheiro do teu pescoço nem tua barba me arranhando.
Nunca mais eu tenho paz.
Meu sofá não é meu.
Minha cama não é minha.
Eu não sou minha.

Eu não consigo voltar pra casa.

É o fim. É também o começo. Acabou há muito tempo, e na volta nos perdemos.
O caminho é escuro, é torto, é ruim.

Eu não sei voltar pra casa.

Quero teu beijo, tua boca, meus braços. Me devolva meu corpo, meus risos, meus anos, meus carinhos, minhas cartas de amor, os calafrios, os arrepios, os desejos, os sonhos também. Me devolva meus planos, me devolva meu amor. Me devolva você.

Eu não quero perder mais nem um segundo de você.

Volte pros meus abraços, me desembarace de mim, retire as confusões, os pesares, os erros. Vá limpando tudo até restar só o amor, só nós dois.
Tua falta me arremata. Em cada passo, em cada minuto, milhares de vezes.

Eu não consigo, eu não sei, mas eu quero voltar pra casa. Me encontre em casa, me dê um beijo e um abraço, Se deite comigo, seja cobertor, deixe que eu me borde em você. E aceitemos, a vida é assim mesmo. Nós somos de nós dois mesmos. E eu te amo.

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